Até aos finais da Idade Média, a ponte que deu nome à urbe,
e que terá sido assente sobre uma antiga ponte romana, teve uma importância
extrema, pois seria a única passagem segura do rio Lima.
Era por aqui que passavam muitos milhares de peregrinos em
direção a Santiago de Compostela sendo, para além disso, até ao início do
século XX uma via de comunicação muito ativa, estabelecendo a ligação da vila
com os centros urbanos do litoral e do interior do vale.
Foi atribuída carta de foral à vila pela Rainha D. Teresa em
1125, a qual chamou de Terra de Ponte.
Tal atribuição veio reforçar ainda mais uma vila que era já
um dos centros mercantis e comerciais da época, para o desenvolvimento do qual
a ponte era fundamental, como via de acesso, ultrapassando um obstáculo
natural, o rio Lima.
No séc. XIV, D. Pedro I decidiu cercar de muralhas esta
vila, dada a importância estratégica da mesma.
No séc. XVIII, dada a expansão da vila, a muralha foi sendo
progressivamente destruída, fazendo sobressair as opulentes casas senhoriais.
Foi praça-forte de D. Pedro e D. Fernando e desempenhou um
papel importante no tempo de D. João I.
Ponte de Lima e o seu concelho, talvez pela enorme urbe em
que se tornou, era palco de imensas lendas, como sejam a Lenda da Pieira dos
Lobos, a Lenda da Serra da Nó, a Lenda das Unhas do Diabo, a Lenda de D. Sapo, Lenda
do Galgo Preto ou a Lenda da Mal Degolada.
No entanto, a mais marcante, e sobre a qual existe uma
interessante encenação nas margens do rio Lima, é a denominada Lenda do rio
Lethes.
Reza a história que os romanos acreditavam na existência do
rio Lethes que possuía o poder de fazer esquecer tudo o que acontecera na vida.
Daí também ser designado de rio do esquecimento.
Dizia-se que as almas se reuniam à beira rio esperando a sua
vez para dele beber a sua água.
Em 135 a. C. um exército romano comandado por Décios Junos
Brutos atingiram as margens espanholas do Rio Lima, a caminho das suas
conquistas em Terras lusas.
Crê-se que, pela beleza do lugar, os soldados entraram em
pânico, pensando ter encontrado o rio do esquecimento.
Recusaram-se avançar, desobedecendo às ordens do seu
comandante que pretendia entrar no rio passando para a outra margem.
O comandante para provar que era um rio normal, decidiu ser
o primeiro a atravessá-lo levando consigo unicamente o estandarte das águias de
Roma. Chegando à outra margem, virou-se para os seus soldados dizendo que não
se tinha esquecido de nada, provando-o dizendo o nome de cada soldado, e assim
feito os soldados decidiram-se a atravessar o Rio Lima.
Coordenadas GPS » 41.768735090475694 N, -8.584501147270202
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