Foi D. Sancho I que fundou a
cidade de Bragança em 1187, embora só viesse a ter esse nome em definitivo em
1199, ano em que a libertou do cerco de Afonso IX de Leão.
Foi uma aldeia, denominada
Benquerença, mas foi também um importante povoado romano, ao qual foi dado o
nome de Julióbriga pelo imperador Augusto, em homenagem ao seu tio Júlio César.
O castelo de Bragança toma
especial importância como marco simbólico da presença e do poder do rei naquele
que era o mais longínquo território do reino.
Bragança foi elevada a cidade em
1466 por D. Afonso V e é hoje sede de distrito com o mesmo nome.
A lenda
Segundo consta, o castelo estava
à guarda de um nobre. Com ele vivia uma linda princesa, sua sobrinha, órfã.
Durante muitos e muitos anos, a
princesa recusou as propostas de casamento que incessantemente lhe iam chegando.
Ela tinha-se apaixonado por um jovem cavaleiro que, apesar de nobre, era pobre.
Ele havia partido fazia já 10 anos, prometendo vir rico e assim poder pedi-la
em casamento.
O tio, farto de ver a sobrinha
naquela longa espera, decidiu casá-la com quem ele entendesse. Arranjou-lhe um
nobre cavaleiro, seu amigo com quem a forçou a casar. Quando foram
apresentados, a princesa contou ao nobre que o seu coração já pertencia a
outro. O tio ficou furioso com tal desonra e prometeu vingança.
Numa noite, disfarçou-se de
fantasma, entrou nos aposentos da princesa por uma das duas portas que lhe dava
acesso e aterrorizou-a, dizendo-lhe que seria condenada se não casasse com o
cavaleiro. Ela, cheia de medo, estava prestes a aceder, quando de repente, e
apesar da noite escura, entrou um brilhante raio de sol, que a fez descobrir
quem era o falso fantasma.
A princesa nunca mais foi
obrigada a casar contra sua vontade, mas passou a viver recolhida numa torre
que ficou para sempre lembrada como a Torre da Princesa. As duas portas ficaram
a ser conhecidas pela Porta da Traição e a Porta do Sol.
Dizem, que numa noite de
tempestade, o seu amado apareceu e raptou-a, dando-lhe uma espécie de
guarda-chuva, fazendo com que esta se lançasse em seus braços.
“Domus Municipalis”
Para além do castelo e da
cidadela podemos ainda apreciar um monumento singular, menos no coração da
cidade. Trata-se da “Domus Municipalis”. Existem várias versões sobre a origem
deste monumento pentagonal do Séc. XIII. Parece que a mais consistente diz que
serviu como sede da Administração Municipal da cidade, onde se reunia a
Assembleia de Vizinhos que era o órgão deliberativo do concelho. A esta
conclusão talvez não seja alheio o facto de ser um edifício de interior amplo e
percorrido por um banco de pedra, em toda a sua volta, que se julga ter sido o
assento para os munícipes que participavam nas reuniões. Ali também iriam dar
todas as águas pluviais, e por ser um local excecionalmente fresco, servia de
cisterna, nomeadamente nos tempos de guerra, em que a água era um bem escasso e
vital, quando Bragança tinha que ser um baluarte de defesa auto-suficiente.
Longitude: 6º44'56.31 W
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