domingo, 25 de novembro de 2018

Mosteiro dos Jerónimos - por dentro








Rochas e mar em Albufeira






Ponte da Veiga



Situada na freguesia do Torno, concelho de Lousada, a Ponte da Veiga une as margens do rio Sousa entre os lugares do Rio e da Cachada. Esta terá sido edificada durante a primeira metade do século XV.



 

A sua fundação pode ligar-se ao Mosteiro de Pombeiro em virtude de São Fins do Torno ter pertencido ao padroado da referida casa monacal. Ou seja, provavelmente a construção da Ponte se deva à intervenção dos abades de Pombeiro, com a finalidade de assegurar o trânsito local ou regional sobre o rio Sousa.

De resto, para Torno veio, em 1427, fugido da peste, frei Amaro, abade comendatário de Pombeiro, que poderia ter sido o encomendador desta obra.
 

Por aqui seguia o caminho velho que do santuário mariano da Senhora da Aparecida levava até Unhão, município no qual se integrou esta ponte até ao século XIX, e que atualmente é uma das freguesias do concelho de Felgueiras.

Nesse sentido, mais do que o símbolo de percursos transregionais ou nacionais, frequentemente associados a rotas de peregrinação, a Ponte da Veiga inscreve-se na categoria de travessia paroquial ou municipal, servindo os interesses eclesiásticos, senhoriais ou laicos assegurando a circulação e o escoamento entre as veigas do rio Sousa.

 
in Rota do Românico
 

Coordenadas Geográficas: 41° 17' 57.72" N / 8° 13' 3.55" O 

Torre de Vilar - Lousada



A Torre de Vilar, construída entre a segunda metade do século XIII e o início do século XIV, evidencia o poder senhorial sobre o território, sendo um testemunho da existência da domus fortis, uma residência senhorial fortificada no Tâmega e Sousa.

Existem dificuldades na datação, em virtude de apresentar soluções estruturais de gosto românico. As Inquirições de 1258 referem Sancte Marie de Vilar como Honra de D. Gil Martins e dos seus descendentes, da linhagem dos Ribavizela.


O rei D. Fernando doa Vilar de Torno, Unhão e Meinedo a Aires Gomes da Silva, em 1367, documentando-se a manutenção da Torre na mesma família, ao longo do século XV.

Coordenadas Geográficas: 41° 17' 12.082" N / 8° 12' 36.906" O 

 

Mosteiro de Salvador de Travanca

A tradição atribui a fundação do Mosteiro do Salvador de Travanca a Garcia Moniz, filho de Moninho Viegas, o Gasco, na segunda metade do século XI.
 
 

Ao longo da Idade Média, Travanca mostrará uma influência relevante no controlo económico, político e religioso da região, fosse por doações ou pela zelosa administração dos seus bens.
 

O instituto integrava então a Terra de Sousa, tendo permanecido no concelho de Ribatâmega, apesar de ter sido coutado por Dona Teresa em 1120.

No século XIV destaca-se por ter contribuído com a elevada soma de 1800 libras para o imposto extraordinário a favor das Cruzadas.

Este Mosteiro esteve sob a gestão de abades trienais beneditinos até finais do século XV ficando, a partir de então, sujeito aos abades comendatários cujas comendas terminaram no ano de 1565.
 

Destes abades conhece-se o nome de pelo menos sete, todos titulares ou filhos de titulares da nobreza maior do reino como D. João de Castro, D. João de Faria (e seu filho, Afonso), D. Gonçalo Pinheiro (bispo de Tânger) e D. Fulgêncio, filho do duque de Bragança D. Jaime.

Após este período, o Mosteiro volta à gestão de abades nomeados trienalmente pela comunidade, coincidindo com intensas atividades construtivas e reconstrutivas até à sua extinção em 1834.
 

Após esta data, o Mosteiro cai na escuridão do esquecimento, voltando a viver para a comunidade nos inícios do século XX, através das obras de restauro da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais e a instalação de uma dependência hospitalar nos seus espaços. Já nos inícios do século XXI adquiriu novas funções, desta vez, para educar "os homens e mulheres d’amanhã".

Apesar das dependências monacais remontarem ao século XI, a sua Igreja é do século XIII, notabilizando-se no contexto do património românico português pelas excêntricas dimensões e pela importância da sua ornamentação escultórica dos capitéis.
 

De aludir, também, à extraordinária torre que ladeia a Igreja. Na Idade Média a torre era entendida como símbolo de segurança e, na ausência de castelos, a Igreja era a melhor fortaleza.

Independentemente da função a que se destinava, a natureza religiosa e uma pretensa vontade militar são, nestes casos, indissociáveis. É, ainda, por esta razão que a torre de Travanca tem de ser entendida enquanto elemento de afirmação senhorial, ou seja, do poder de uma família sobre uma região.

A 17 de janeiro de 1916 o conjunto monástico é classificado como Monumento Nacional, reconhecendo-se o valor patrimonial e histórico deste Mosteiro para Portugal.
 
In Rota do Românico
 
Coordenadas Geográficas: 41° 16' 40.43" N / 8° 11' 35.21" O